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domingo, 5 de julho de 2009

Coisas que só acontecem no Olímpico


- Na quinta-feira repetiu-se a retaliação escalonada (algo inusitado e inventado contra o Grêmio e o seu torcedor), estapafúrdia e cretina, de impedir o acesso de barras e trapos. A matéria prima destes materiais são panos, tintas e muito sentimento. Fazem parte do espetáculo, da atmosfera favorável que se cria a cada partida. Qual o risco, que ameaça oferecem? Logicamente, todos sabemos, nenhuma. Chega a ser ridículo. O que se começa a indagar são as reais motivações desta estupidez que prossegue punindo a festa do conjunto do povo tricolor. Estamos cerceados de levar as nossas cores ao nosso estádio, a nossa casa. E tal circunstância discriminatória, só ocorre no Estádio Olímpico. Vamos repetir (e temos reiterado nesta coluna): só acontece no Estádio Olímpico! Que fundamento existe para nosso direito de torcer ser atacado desta maneira? Até quando o policiamento vai abusar das suas prerrogativas?



- Por falar em abuso. As cenas deploráveis nos acessos do Monumental não serão esquecidas. Devem ser denunciadas, repudiadas e os responsáveis punidos. Episódios que atestam o notório despreparo do BOE não são incomuns, diga-se de passagem. O estopim de toda confusão foi à ordem imbecil de cerrar portões, antes do início do jogo, ditada por um oficial da corporação. Alegou-se que não havia mais espaço disponível. Mesmo com grande ocupação, sabemos que não é verdade. O Monumental é uma imensidão de concreto. Pode comportar, com tranquilidade, perfeitamente 50.000 torcedores. Não precisamos recuar muito no tempo para atestar, inclusive via borderôs. Alguns anos atrás, ao receber uma pintura interna, foi feita uma numeração extravagante que distorce sua real capacidade. De qualquer maneira, o que salta incontroverso foi a precipitação, a falta de bom senso e o festival de ações espalhafatosas e covardes. Fecharam, um por um, numa sequência frenética, todos os acessos deixando uma multidão com cartões de sócio e ingressos nas mãos. Não orientaram, não dialogaram e, como é de praxe diante de impasses, reprimiram violentamente (que, convenhamos, é só que sabem fazer). Ameaçaram, agrediram. Distribuíram porradas com cassetetes, avançaram com cavalos (sabre em punho e distribuindo golpes), sobre famílias, jovens, mulheres. Um dos brigadianos de montaria utilizava um rebenque para açoitar quem ousasse se aproximar das grades. Uma pusilanimidade repugnante. Após toda esta barbaridade o comandante do BOE, repetindo um discurso pronto, procura inverter os papéis e coloca a sua corporação como vítima de uma horda de vândalos. Foi patética sua entrevista num telejornal do SBT quando, tentando explicar os incidentes e justificar o injustificável, alardeou ter “dez soldados com lesões corporais, viaturas depredadas, duas motos atingidas, duas montarias feridas” e assim por diante. Não teve a decência de reconhecer os excessos testemunhados por centenas de gremistas e de que suas “baixas e prejuízos” decorreram da eventual reação irada dos que estavam sendo prensados, atropelados, agredidos pelos seus insanos comandados. Só no posto da UNIMED no estádio quase trinta atendimentos, sem contar um grande contingente que, mesmo sofrendo alguma espécie de lesão, sequer fizeram qualquer tipo de ocorrência. Recebemos vários relatos dessa natureza. Fica a pergunta: não haverá manifestação da governadora do Estado, cadê o Secretario de Segurança Pública? E o Comandante-Geral da BM, o que tem a dizer sobre estes fatos?



- Sou um dos que, brigando pelo direito de poder acompanhar o meu clube, apoiar o meu time, só consegui ingressar (após impedido de entrar nas arquibancadas) na cancha próximo das 22:30 min. Por isso, até me abstenho de comentar o resultado de 2x2 neste instante. Como outros tantos torcedores só obtive o acesso, após todos estes enfrentamentos que ocorreram e relatamos acima, no setor de cadeiras. Contudo, testemunhamos centenas e centenas de gremistas que desistiram da empreitada. Sabemos que tantos outros que estavam a caminho, informados pelas rádios da batalha campal, sequer conseguiram se aproximar do Olímpico. Ficamos todos indignados: os que conseguiram ingressar a duras penas, os que foram embora abatidos, tristes. Registre-se que a preocupação das “autoridades competentes”, desde a semana anterior, era bem receber os adversários: “dar totais garantias e segurança” a delegação e aos torcedores comediantes do Cruzeiro. Reuniram-se representantes dos orgãos de segurança, dos dois clubes, chamaram os bombeiros, a EPTC, quem sabe a Cúria Metropolitana, ou até mesmo integrantes do Exército da Salvação. Será que lembraram da torcida gremista neste evento? Alguém se preocupou conosco? A Nação Tricolor, amigo leitor, não merece este tratamento e estamos inconformados com o descaso da direção em receber e respeitar a massa tricolor. A omissão em administrar de fato e de direito o nosso Monumental, ficou escancarada, notória. Não é possível que a BM com seus métodos ditatoriais centralize o que não sabe fazer, sem acompanhamento e orientação criteriosa de funcionários, dirigentes do clube. Já não basta a censura que o policiamento faz a bel prazer no tocante aos materiais, agora tem também as chaves do Olímpico. Assumam o Grêmio, Srs. dirigentes! Tomem a dianteira na defesa do sócio, do abnegado e inigualável torcedor, destes milhares de anônimos que fazem a grandeza desta gloriosa instituição que ostenta um título Mundial e duas Libertadores! Não sejam ausentes, deixem de ser negligentes, pois isso ninguém pode desculpar! E que o BOE faça a gentileza de ir para as ruas combater os criminosos se dedicando, nos intervalos, a fazer a contagem da população carcerária, impedindo fugas e monitorando também a superlotação dos presídios! Basta de omissão! Basta de ditadura!



Jorge Bettiol
ducker.com.br

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