Não passa nada !
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Sozinho, acompanha e sofre com cada lance. Nos momentos difíceis, esbraveja sem que ninguém o escute desabafando pra si só. Quando explode em alegria, está longe demais para abraçar e ser abraçado. Resta que fique a agradecer em oração, dar socos no ar, bater no peito, beijando o escudo e dizendo com orgulho ser do Grêmio.
Sebastian Saja foi um bom goleiro. Por vezes, o que lhe faltava em técnica sobrava em raça, mas sua missão não era nada além do que ser o abre alas para uma das maiores contratações já feita pelo Grêmio: Victor Leandro Bagy.
Você observa um jogo como o de quarta e se pergunta por que Tcheco erra passes tão bobos, como nossos altos zagueiros perdem jogadas aéreas fáceis, se revolta vendo Makelele inseguro na lateral – sabendo que tínhamos ai um grande jogador como Felipe Matione.
Você observa o jogo e vê ele, Victor, fazendo defesas que são mais do que grandes defesas, são segundas chances para Souza fazer a grande jogada, Maxi aproveitar a oportunidade e o Grêmio renovar a esperança que até então era somente desconfiança.
Não me agradou o jogo de quarta feira, mas salientou ainda mais a importância de um grande, espetacular goleiro. Elogiamos Victor a toda hora, elogiamos tanto que esquecemos de observar a fundo o quanto as vitórias passam por ele. Lá, debaixo do gol, dentro de sua grande e solitária área, Victor é o mais torcedor dos jogadores. Por vezes, a distância dele para conosco das arquibancadas é menor do que com seus companheiros de time.
Lá, na imensidão de sua solidão, ele canta nossas músicas olha para sua camiseta e pensa:
“Com tantos do meu lado hoje, aqui não passa nada”
A Geral do Grêmio não entrou em conflito e se separou. O que aconteceu, na verdade, é a necessidade de estarmos com Victor ajudando-o atrás dos dois gols.
Se o Grêmio irá longe, não sabemos, mas enquanto houver Victor, pode ter certeza de que haverá a segunda chance para Souza dar passes geniais, Maxi não errar gols e nós cantarmos ainda mais alto.
Felipe Sandrin
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