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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O passado nefasto que tira dinheiro do Grêmio

Não é questão de absolver ou relativizar os erros da gestão do presidente Duda Kroeff e do vice de futebol Luiz Onofre Meira. Mas é duro ter pés e mãos amarrados no passado na hora de se mexer para formar um time. É o que está acontecendo no Grêmio.

E não é de hoje. Foi assim na gestão de Paulo Odone também, quando os resultados vieram de forma mais eloquente e a Libertadores de 2007 só parou no Boca Juniors de Riquelme.

Por isso o Grêmio vive a situação surrealista e deprimente de praticamente entregar o zagueiro Léo ao Palmeiras em troca de uma dívida de quase 10 anos.

Recordar é viver: um Paulo Nunes em fim de carreira voltou em 2000 acarinhado pelo milhões fáceis da mesada mensal da International Sports Leasure, a famigerada ISL que quebrou e levou as finanças do Grêmio de arrasto. Nada, ou quase nada, foi pago ao Palmeiras.

A dívida cresceu até chegar a R$ 8 milhões e, agora, Meira cogita repassar Léo e garantir ao menos a vinda de outro zagueiro, que seria Maurício, o da troca de socos com Obina no intervalo do jogo no Olímpico.

Não é só isso. De cada jogador vendido, 20% do dinheiro (o percentual varia conforme o caso) vão para o condomínio de credores, basicamente construído neste período nefasto, no qual negociações e contratos astronômicos foram assinados pelo clube antes de a ISL falir no meio do caminho e deixar o Grêmio atolado em dívidas.

Assim, se Réver for mesmo vendido por cerca de R$ 12 milhões para a Lazio, só R$ 6 milhões ficam nos cofres do clube. Um naco (45%) vão para o Paulista, de Jundiaí. Outros 20% o condomínio compromete.

E assim o Grêmio vai caminhando, sem nunca ter dinheiro na mão para formar time. Terminou? Pior que não.

Para se livrar de ações judiciais que tem o Olímpico como objeto de penhora, o Grêmio exercita uma ginástica comovente. Um exemplo: Zinho, que jogou entre 2000 e 2002. Ele tinha uma dívida, herança da ISL e da gestão José Alberto Guerreiro. Após seis anos e três gestões, saiu o acordo.

O débito atualizado? R$ 7,4 milhões. O acordo? Parte do dinheiro do novo contrato com o Banrisul será repassado a Zinho, como entrada. O resto foi quitado com percentual dos direitos de jogadores. Um deles é Victor. Então, no dia que Victor for negociado, quem sabe depois da Copa da África, uma parte do montante arrecadado vai para o condomínio de credores, outra para o bolso de Zinho... e assim por diante.

O Grêmio está com pés e mãos atados a um passado nefasto do ponto de vista financeiro. Este é o ponto.

Por Diogo Olivier

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